sábado, 27 de março de 2010

Museu é o Mundo. Hélio Oiticica no Itaú Cultural

Como não vibrar com a obra de Hélio Oiticica ao vivo e em cores? Por anos vislumbrei bólides, parangolés, penetráveis e toda parafernália do maior artista plástico brasileiro (prá mim) através de livros, fotos e internet. O maior presente foi estar lá, no Itáu Cultural e poder tocar, interargir, intervir no contexto do herói e do marginal, inspirador da Tropicália.

Na concepção do artista tudo é exatamente o que parece ser. A intenção é extrapolar os limites intelectuais e reconhecer o que é significativo aos olhos do expectador, que deixa de cumprir o papel de simples observador e passar a viver o de cúmplice, experimentando, interagindo e compartilhando da sua arte. E que arte! A arte que grita que "O Museu é o Mundo", que " A Pureza é um Mito" e que o importante é Penetrar e ser Penetrado por essa arte. Tudo é desvendado através das sensações numa "experiência ambiental sensorial limite", como ele mesmo classificava. São sensações físicas ao toque, às emoções que afloram e nos brindam.

Curioso foi pensar nos sons da Mangueira, do morro carioca ou nos primeiros acordes da trupe de Caetano, Gil e cia, de dentro da Cosmococa, refestelada entre colchonetes, imaginar: o que vem depois? Vem os pesados parangolés, recheados de possibilidades ao vestí-los, numa vitoriosa tentativa de aproximar o lúdico do real. As descobertas não cessam. São vídeos, fotos, manuscritos, e um conjunto de elementos para ver e rever.

Os sons revelam um agitação natural entre os visitantes que assim como eu, leigos, porém apaixonados pela arte de H.O., transitam inquietos e causam uma movimentação diferente de outras exposições de arte mais tradicionalistas. Apenas em alguns bólides e seus vidros originais não podemos tocar, no mais, tudo está disponível, à todos.

A exposição ocupa três andares do Itaú Cultural e conta com a valiosa ajuda de monitores.

Prá saber tudo: www.itaucultural.org.br
www.pitoresco.com.br/oiticica/oiticica.htm



Fotos: Divulgação

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