quarta-feira, 24 de março de 2010

O Paradoxo Sexual - Hormônios, genes e carreira


A autora é Susan Pinker, psicóloga e jornalista do Canadá. Essa obra é polêmica porque incomoda ao dizer que, a biologia é responsável pelas escolhas profissionais das mulheres, explicando e comprovando as diferenças entre homens e mulheres, até então, consideradas como construções sociais. A dúvida que permeou sua pesquisa foi encontrar respostas, sobre o porque, depois de tantas lutas feministas em prol da igualdade de salários entre os gêneros, as mulheres continuam a ganhar menos e persistem na ocupação de cargos menos elevados, em relação aos homens. Segundo ela, "as mulheres nasceram para o conforto e não para a velocidade". Isso explicaria as aptidões naturais dos homens (lê-se, testosterona) para lutar por cargos e altos salários e preocuparem-se menos com o lazer e os prazeres da vida. Essa seria a justificativa para as diferenças no mercado de trabalho entre homens que são programados para o trabalho e o sustento da prole, e as mulheres que, necessitam trabalhar menos, ocupar posições que exijam menos delas e ter mais horas livres para atividades diversas. Seria injusto parar por aqui, sem antes dizer que, para Susan os homens são mais propensos às doenças, apresentam maior número de disfunções de desenvolvimento, enquanto as mulheres são mais saudáveis e com maior capacidade para estabelecer vínculos afetivos. Tal afetividade acaba sendo decisiva quando, na vida madura, as mulheres exercem escolhas voltadas para o bem estar dos filhos e da família, ao invés de intensificarem sua disputa na carreira. Concluindo: as diferenças de sálario e a predominância de homens nos altos cargos do mercado de trabalho tem sua justificativa na preferência das mulheres por trabalhos que exigem uma carga horária menor e sejam de inferior remuneração. Essa escolha é tratada como uma característica biológica e não social. Além disso, haveria uma culpa entre as mulheres que optaram pelos benefícios da carreira de sucesso em detrimento de seus filhos. Para ser uma mulher feliz, é preciso atuar nas diversas esferas da vida, não só a da família, tampouco a do trabalho.

E o que nós, as Más Marias pensamos sobre isso?

3 comentários:

  1. Eu, como bióloga e mãe e ex-mulher, acho mesmo é que somos conduzidas a tudo isso... nada é tão biológico assim. Claro que cuidado com a prole tem muito mais a ver com instinto materno do que paterno, mas da mesma forma com que aprendemos a emudecer nossos instintos de Loba (eu sugiro que leiam "Mulheres que Correm com Lobos") os homens podem perfeitamente aprender a desenvolver o seu instinto paterno. Todos temos nos genes características mais ou menos amorosas, mais ou menos colaborativas, mas o ambiente, a cultura e as escolhas desde cedo moldam e adequam nossa expressão genética. Se os hormônios tem alguma culpa, a sociedade e nós que educamos os nossos e os filhos dos outros temos mais ainda!

    Beijos e tudibão procê Maria "In Chains".

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  2. Acho que o que nos empurra rumo a uma ou outra direção é a vida em si, fui jogada no mundo do "trabalhe para poder comer" aos 16, logo não senti em momento algum que existisse diferença entre minha gana no trabalho e a de qualquer homem...

    Creio que o fato de TER que ganhar o pão para garantí-lo na mesa numa casa de 3 mulheres, me empurrou a sentir e ter as aptidões "naturais" então do homem, e tenho até hoje (faço 40 em maio) essa tendência para a "velocidade".

    Quero tudo e mais um pouco, e por favor para ontem! :)

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  3. Alice, primeiramente, parabéns pelo blog pois ele está muito lindo.
    Quanto a este livro, é claro que discordo da posição defendida pela autora, que surpreende por revisar uma visão determinista que me fez lembrar da de Durkheim sobre a mulher e o trabalho há muito refutada; e se nem ele conseguiu conferir plausibilidade a estes conceitos, duvido muito que autores menos referendados consigam. Pelo menos, eu espero. rs. Trata-se de uma abordagem totalmente ultrapassada, que foi muito criticada em Durkheim e nada aceita nem na comunidade científica e nem, obviamente, por nenhuma mulher ou homem em sã consciência.
    Ou seja, uma pisada de bola de um grande, que menos ainda virará defesa de tese válida por uma qualquer. Causa espécie, mais ainda, por vir de uma mulher e do século 21.

    Well, well, well...retrocessos. Temos que ter atenção e senso crítico, sempre. Se tem um lado positivo é o de suscitar o questionamento.

    Beijos mil.

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